Divago no tempo, sou uma borboleta.
Cantei meu ensejo quando o dia caiu no horizonte.
Estava escrito em sua nervura.
Eu vi...
O breu abrir espumas em seus olhos,
as palavras mais duras são ditas por quem mais amamos.
No silêncio encontrei um esconderijo.
O choro frio abrigou-se na noite e adormeceu.
Não havia emoção, só um ruído que feneceu.
Havia um baú semi despido na sala.
Foi o que restou, refugo de um romance pretérito.
De toda a magia que nasceu apenas o vácuo sobrou.
Eu lembro...
Eras tu meu poema contínuo, quase perpétuo.
Mas tuas severas palavras levaram meu apego.
Não quero ouvir sua voz, suma.
Toda a poesia que havia em mim sobre ti acabou.
Percebi tarde demais que era o fim.
A última vez a gente nunca deixa virar lodo.
Mas virou.
Eras tu a poesia em mim, era.
Passou.
Um comentário:
"Foi o que restou, refugo de um romance pretérito."
Adorei essa frase, um romance pretérito que passou. Poema de palavras simples mas que dizem muito, gostei.
Primeira vez que venho aqui e gostei, voltarei mais vezes.
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