O que sobrou mofou no último inverno.
A casa jazia solitária cercada por um belo jardim oriental.
Restou apenas a velha mobília colonial da época do Império.
Alguns livros empoeirados na estante e um antiga poltrona com desenhos angelicais.
Restou um vaso sem água com uma flor de mentira dentro.
Um baú triste no canto do quarto e uma penteadeira monocromática.
Nada estava em seu lugar concreto.
Tudo disperso na imensidão esquecida de um casarão inabitado.
A pintura pitoresca na parede da sala afugentava o breu que se escondia nas almofadas azulinas.
Molduras vazias nas paredes, nenhum rosto para trazer o passado que morreu.
Só o cheiro de pretérito nos degraus da escada.
Memórias que se dissolveram junto com a cor verde das cortinas da cozinha.
Apenas pó sob a mobília.
Cinzas pela casa que um dia foi habitada por pessoas como nós, só que com outros tecidos.
3 comentários:
Suas palavras se encaixam de uyma forma sublime!
Que lugar lindo que está aqui. Adorei essa nova carinha do teu blog, esse cabeçalho cheio de sorrisos largos, essas flores e borboletas. É como passar por um jardim de encantos e versos floridos ♥
Você adorna o ambiente com tanta suavidade que torna tudo com bastante beleza. Tammy, tu percorres as nuances do mundo de maneira praticamente teatral. Adorna as sensações e os momentos com o tecido do amor.
Teus textos são enfeites de amor.
:)
ps: postei um conto no meu blog. Bem doloroso... Se quiser ler, passa lá.
Lindo! Já tinha saudades de vir cá. Vejo que continuas a escrever com a mesma delicadeza que me encanta!
Beijinhos
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