16 de fev. de 2013

Depois dos versos.


O poema era bonito no papel cinzento.
Seguia a métrica adequada para torná-lo rico e bem recebido pela comitiva.
Havia honestidade mas faltava profundidade nas nervuras dos versos.
Eu estava só no quarto semi escurecido.
Pensava entrementes que apenas as palavras me acompanhavam no café taciturno.
Mas depois do silêncio veio um vento suave que bagunçou cada soneto.
Tudo estava incorreto.
Não havia paz naquela solidão pacífica.
Uma dor surrupiando a alma imatura, e eu chorei pela ausência de alegria naquela tarde sem luz.
Ninguém bateu na porta para recolher as frases soltas pelo piso vermelho, o café frio adquiriu uma cor sem graça e eu estava tão vazia quanto o vaso de barro sem água na janela.
Só consegui pedir socorro aos céus. 
Naquele instante senti suas mãos recolhendo o que restou.
Era você juntando os cacos.
Que valiam os versos agora? 
Pois socorro só encontrei em Ti, Jesus.
Depois do silêncio sua voz refez cada tom desbotado da minha casa.

Um comentário:

Alexandre Lucio Fernandes disse...

ELE sempre aparece para nos socorrer. Alíás, Ele sempre está do nosso lado. O alicerce dos pés da nossa alma. A mão que une os cacos quando nos despedaçamos pela mão cruel da vida. Se não fosse ELE, o que seria de nós?

Lindo texto querida.

Beijo!!