25 de mai. de 2013

Apenas um abrigo.

                 
Minha solidão é do tamanho do seu abraço. Eu só quero um abrigo para passar uns dias longe de tudo. Quem sabe você possa me ajudar a lembrar do gosto bom da vida. E me ensinar a não ter medo do amanhã. Preciso apenas de um ombro amável que sustente meu corpo decaído, enquanto observo a chuva cair. Eu só queria um amigo para rir um pouco e beber refrigerante a noite inteira. Eu só queria dois olhos me olhando de verdade, me decifrando enquanto conto como foi meu dia. Eu queria dizer pra alguém como foi caminhar na corda bamba o dia inteiro, e estar aqui contando cada detalhe perdido. Eu queria oferecer minhas mãos e fazer carinho nos cabelos de alguém disposto a receber afago. É que hoje em dia nem todo mundo está disposto a  ser afetado. Passamos o dia inteiro correndo para viver cada instante da vida mas no fim acabamos nos perdendo de nós mesmos. Ninguém para escutar o nosso murmúrio noturno. E nos fechamos cada vez mais em silêncios. E a dor só aumenta a medida que a ignoramos. O chão liso de repente está áspero. Queria deitar no chão e segurar sua mão até adormecermos ao som de um piano sonolento. Uma companhia, uma companhia. Um ombro confortavel para enconstar minha cabecinha e adormecer. Um corpo quente para descongelar meus pólos internos. Uma mão forte que me segure enquanto caminho pela calçada, um olhar que me desnude e me encontre no meio da rua. Um momento na companhia da aurora, a luz adentrando na minha escuridão intrínseca, a poeira subindo até o teto. Meu coração como diamantes perdidos pela casa, brilhando e brilhando até alguém recolher cada pedaço. Um sorriso que me acolhesse na penumbra que se alonga na terra. Apenas um abrigo para esse dia frio. Um abraço e um café para esquentar a vida que anda tão frágil. Somente um abraço. Companhia e afeto para minha solidão que tem o tamanho dos seus braços, o comprimento do seu olhar iridescente, do seu sorriso, do seu ser.

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