5 de abr. de 2013

Consolo.

O dia passou tão depressa que nem percebi a tonalidade do céu no amanhecer. Mas aqui estou para você, debruçada na cama como uma criança cansada de brincar o dia todo. A roupa cheia de cotidiano ainda no corpo enche de poeira a cama tão limpinha de impurezas. Mas sob o silêncio do travesseiro te sinto, como um sopro refrescante a acalmar meu estresse rotineiro. E de repente você me alcança, aonde ninguém mais chega sua presença consegue adentrar. E isso me despi, fico sem roupas, até os sapatos se perdem e estou tão eu quanto nunca. Te vejo nesse misterioso silêncio, e você sabe como ninguém aonde está o meu coração. Não há janelas para escapar, apenas um convite para ficar ao seu lado agora. E sinto que contigo eu posso ser quem sou sem receio. Todo o decoro de antes se liquefaz e só me restou essa cara mesmo, essa feição criada por suas mãos grandiosas. E ali, naquela penumbra encontro a vida em sua essência. A verdade em seu estado original, sem máscaras. E fico assim tão bem, perto do meu amor honesto. Pois bem sei que me amas além de mim, me ama pelo que És. Depois dos percalços e dos aforismos te escuto. E naquele majestoso silêncio encontro a paz que não vejo em outro olhar. Encontro a razão, o sentido de existir, a cura. Conversar com você no despencar da noite e no despertar do dia me fazem ir além do momentâneo, transcendo em Ti. Sigo, em seus braços. Segura-me Pai.

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