4 de nov. de 2012

Aqueles olhos...



Os dessabores serão postos de lado, à deriva. A intrigante maneira que tu me encaras será mais destacada que o frio intenso provocado pela tua cólera. As palavras ainda cruas no canto da boca, o   sorriso falso escondendo a tristeza que eu já vi, não faz falta querido, não faz. Ah, saudade... nostalgia sinto da tua voz embargada soluçando teu enfado nas noites mais ressequidas de afeto. Quando tu bem lembras do meu colo, e se achega. Fica quieto olhando pra mim como um menino tolo. Sorrindo feito pipa solta num domingo de céu azul. Naquele instante eu sou mais que um estranha, sou o vento que carrega a fuligem de teus olhos. Um pássaro bonito que repousa no teu ombro, sossego. Sou enamorada dos teus versos, do modo que brinca com as palavras e oferece a elas vida. Quase que saltam das linhas, se alongam, me alcançam, me embaraçam e eu fico totalmente envolvida com elas. Que fazes tu para conseguir me reter por tanto tempo? Que encanto tem tuas mãos para escrever tão lindamente? Que jeito enigmático é este de me fazer dançar ao som das suas palavras? Sinto cada uma invadindo-me inteiramente. E fico aqui enamorando-as, tentando abstrair você de cada linha tênue dos teus versos. Dizendo para a brisa que sinto saudades de você. Desse teu mistério, da tua música, de tudo que me lembra você, meu bem. 








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