16 de jun. de 2012

Doce solidão.



Devo me acostumar com essa solidão reconfortante,e com as pétalas que caem sobre as águas gélidas do velho rio silencioso.Presumo não estar ciente de todos os fatos ocorridos,mas estou apta a lembrar de todos no tempo exato da minha partida.Estive muito tempo a esperar gestos que nunca foram vistos pelas negras pupilas dos meus olhos.Lamento pelas longas noites que fiquei acesa como uma vela que nunca se apaga.Mas não cairão lágrimas nesse rosto que tanto suplicou pela tua derme apática.Todas as cartas que tolamente escrevi naqueles dias de saudade foram queimadas na fogueira.Nem restam cinzas,não há mais o que recordar.Somos o que fomos,e estamos aonde não queremos estar.Talvez um breve beijo nessa boca calada traria um pouco de calor a minha frieza.As feridas ainda estão abertas e a gaze repousa dormente na última gaveta do quarto.Repare,não deixarei a casa aberta para que leve os últimos móveis que me restam.Ficarei nesse sufocante silêncio até que alguém grite meu nome da maneira mais terna.E enquanto não há vozes a minha espera,descansarei meus pés na relva.


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