16 de jun. de 2012

Ela e a xícara.


A xícara estava sobre a mesa,e os olhos pensativos brincavam de rodopiar enquanto as pessoas a olhavam de soslaio,indagando-se como uma jovem tão bela estava sempre tão só no fundo do movimentado bar.Acostumada estava com aqueles grandes olhos que a perguntavam aonde estava seu grande amor.Ela não acreditava tanto nessa expressão.Para ela tudo não passava de meras desculpas e fúteis maneiras de fugir da solidão.Por que as pessoas não gostavam do cinza?Por que ee era sempre visto como uma cor triste?Triste são as cores que se misturam e se transformam em algo inexpressivo.Pelo menos o cinza despreza explicações,ele simplesmente é cinza e pronto.Ela não suportava mais essas justificativas estressantes.Por que não podia sentar sozinha e beber seu café sossegada?Apreciava mais um chocolate quente que torpes conversas com pessoas frívolas.Preferia ficar só,em seu delicado mundo íntimo,sem intervenções e opiniões contrárias.Haveria de chegar o derradeiro tempo de vencer os famintos olhos que a maltratavam e ficar descansada no fim de um bar confortável,na companhia de sua xícara desbotada.

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