15 de jun. de 2013

Teu mistério.

                               
Construo seus traços em minha mente. De olhos fechados para a fotografia tento ver o que está aqui dentro e jamais pode ser traduzido em palavras e imagens. Aqui, no limite do choro e do riso. Na temporalidade do presente e do futuro. No encontro dos sentimentos perdidos com os recentemente achados.  Dos silêncios que encerram, dos abraços que iniciam. A palavra é reparação. Recosturo o que ficou desabotoado pelo caminho. Recolho as minúcias que caíram no chão. Não restou um centavo nos bolsos. O que tenho aqui comigo é apenas meu coração. Seguro-o com cuidado, e deixo-o na sua janela para que fiques. Para que você o abrigue e lhe ofereça conforto. Você, senhora das horas remotas. Do tempo que demora, e cai pelas bordas. Moça de sorriso alegre, olhos infantes que brilham como as estrelas. Sua meiguice transborda, pelo canto dos olhos, pelos lábios, pelos dedos, por cada esquina que esbarra em você. Cada sutil rodovia do seu ser me motra como preciso saber perceber. Perceber a docilidade que pula do seu olhar, e adentra as pupilas que te observam, que te olham. Descrevê-la não é simples. Requer tempo, horas a fio te interpretando. Comprenendo teus contornos, tuas depressões, tuas margens. E assim se constroi uma imagem. Ainda nebulosa, delicada como um pequeno pássaro azul. Olho-a e tento escrever. Tento. Ela se esconde de mim. É diversa, milhares em uma, como descrever alguém de tamanha complexidade. Não me intimido pela relevância, prossigo na minha descrição. Os cabelos, são negros, posso vê-los eriçados a voar, longilíneos. Os cílios, consegui ver a curva sutil que os eleva. E aqueles olhinhos doces. Quase afloram como violetas na primavera, consigui sentir a candura emitida por eles. A paz que me alcançou a olhá-los. As maçãs do rosto levemente destacadas, o rosto longo, os lábios suaves e sutis, os dentes branquinhos recém alforriados dos grilhões ferrenhos. Agora consegue provar o que antes lhe era negado. As sobrancelhas escuras e espessas, compõe os traços que a definem como mulher distinta. Consigo ver a poeira do deserto em seus olhos, os olhos de Íris como um mistério milenar me intriga. Que luz é essa que se expande e ilumina tudo? Ela não é apenas uma esfinge mas uma dinastia de interrogações. Como compreendá-la? O que transferir para o extenso quando sua envergadura não pode ser limitada em um papiro ? Quem sabe Hercule Poirot nos seus melhores aos a decifre, mas ele não está entre nós. Mítica e verossímil, brasileira com traços orientais. Os olhos, são os olhos. Eles segredam o que todos desejam saber. Afinal, quem é Juliana Moura? Quem? Particularmente não sei. Ela é muito além do que posso definir. Não cabe em uma palavra, não se contenta com um mero adjetivo. Juliana não é uma, mas inúmeras. É a expressão mais clara da complexidade do ser. Juliana são duas mãos que se movimentam como o encontro de dois rios que buscam o oceano. Pés que e mechem de maneira ligeira, numa coreografia exata. Juliana é o conjunto das mais distintas expressões. Choro, riso, raiva, alegria, impaciência, indecisão, docilidade, serenidade, inquietação. Juliana é inesquecivelmente bela, mas sua formosura é dádiva de poucos. Ela mesma duvida de sua belea, eu não. Juliana é um nariz colossal, que poucos tem a postura de possuir. Afinal, ela carrega uma história nos olhos, mil e uma noites escondidas no seu nariz. Ela sabe o segredo, mas finge não saber. E eu sei que ao poucos vou conseguir vê-la completamente. Até agora só a vejo em partes, mas aguardo o dia que irei conhecê-la totalmente. Mas agora me renovo pelo seu sorriso. Diariamente descorindo sua imensidão. Sigo. Perto dela eu entendo o que é viver.   
Jubs, amiga fiel que me suporta nas minhas insuportáveis contradições. Sua amizade é essencial. Por isso fique, e me mostre aos poucos a sua imagem, a sua essência. Para que eu descubra esse mistério. Parabéns querida flor. 19 anos e ainda há tanto para compor!      

                              

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