27 de abr. de 2013

Olhares no entardecer.

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Cada um sentou na ponta do banco, perto e longe. As mãos sentiam o frio do entardecer, mas mantinham-se dispersas, longe e perto. Ele conseguia sentir a respiração da jovem que sentou na extremidade do banco. Respirava como um passarinho recém nascido, de olhos pequenos e rosto delicado. Ela era miúda e cabia perfeitamente onde estava. Ele se comprimia para não cair, era gorducho. De repente um olhar furtivo fez o frio calar e um ardor suave esquentou a frieza do ar. Os dois notaram a lua descer e deitar no limiar do horizonte. Os dois gostavam de ver a noite adormecer os olhos e deixar a cidade luminosa. As luzes aqui e acolá piscando, e a vida se renovando devagar, até o dia descongelar. E foi naquela penumbra que os dois romperam o som do silêncio. E foram se achegando devagar, devagar, até um sentir o perfume do outro. O dela era cítrico, o dele era envolvente, deixava a moça tonta. E assim, repentinamente, o amor rompeu a distancia, os dois se observaram por um segundo e naquele momento sentiram que iriam se entreolhar pelo resto da vida. 

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