20 de abr. de 2013

Congestionada.

E o que direi sobre a vida aos meus netos?
Se é que terei netos.
Fico aqui olhando o cotidiano e nada percebo de concreto, silêncio.
Tanta gente no ônibus e eu preocupada com a cor do meu batom.
Como a vida é estranha.
A gente pensa que está agradando e depois percebe que aos olhos alheios somos como víboras esperando para dar o bote.
Como posso ser tão confusa, e confundir tudo nesse engarrafamento existencial?
Não sei se digo, se fico, se vou ou se fico quieta como um piano mudo no meio da sala.
Que direi aos pássaros sobre a liberdade?
Eu que nada sei sobre ser livre, e que tento aprender com os pássaros a voar.
"Mas eles só seguem seu instinto", dizem os sábios; e eu só tenho seguido os meus, cá estou encarcerada em minhas lamúrias.
Texto simples, difuso, solitário.
Como a minha vida, o meu cotidiano. 
Moço, não tenho moedas, servem essas palavras para saciar sua fome de alegria?


Um comentário:

Desa disse...

Uau! Profundo... existem certos momentos em que a gente só queria ter certeza de alguma coisa, alguma resposta concreta sobre o que fazemos da nossa vida hoje e o que será do futuro, mas as vezes só temos perguntas e dúvidas... talvez apenas não seja a hora certa de descobrir as respostas.
Amei!!!