27 de fev. de 2013

Orvalho vespertino.


Ela olhou receosa para o céu cinzento e pensou consigo que talvez chovesse pela manhã.
Estava certa, a chuva caiu às 10:30, o mormaço irritou seu nariz e fechou a janela da sala.
Escolheu um romance qualquer da estante de livros e começou a caminhar as pupilas pelas páginas.
Esqueceu da leitura meia hora depois e adormeceu.
Ela sonhou com figuras estranhas em cenários conhecidos, violoncelos e um escafandrista simpático.
Era quase metade do dia, e ela dormia ao som da chuva que caía singela no solo austero do quintal.
E o sonhou mudou de repente, agora se passava num parque de diversões.
Esquadros e leões marinhos percorrendo o perímetro do parque que já não era tão divertido agora.
E mais chuva troando lá fora, e dentro dela um mar bravio invadindo a montanha russa, levando os brinquedos e surrupiando tudo.
E sorrateiramente fez-se um silêncio profundo.
Ela acordou e viu que a chuva caía a cântaros lá fora.
Então decidiu usufruir dessa bênção e sentir cada gota de vida tocando sua derme dourada.
E a tarde ficou ainda mais gelada quando sua pele foi tocada, não era um sonho, era real. 
Envolta de brisa e poesia ela se encontrava.



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