26 de jan. de 2013

Canção com maresia.


Ao som de um violão a tarde caia mansa no colo do oceano.
Como andorinhas os dedos passeavam livres nas cordas do instrumento.
O homem pronunciava com sutileza cada verso sonoro.
As palavras mergulhavam no timbre calmo da sua voz trêmula.
Viajantes da alma a beber simplicidade de cada acorde soprado.
Havia honestidade na sua postura.
Quem o via cantar sentia que ele estava se expandido a cada nota.
Crescia e diminuía.
E as crianças paravam para ouvir o som dos pássaros.
Mexiam as cabeças como se estivessem navegando ao sopro da música.
Quem tem ouvidos para ouvir consegue sentir o timbre da sinceridade,
escondido no sussurro de uma canção.



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