10 de jun. de 2012

Decisão.


Estou decidida.Não irei mais estipular condições para que esse amor aconteça.Estou farta de condicionar meus sentimentos a suas atitudes.Isso não é amor,apenas situações oportunas.Amor nasce da terra fraca e floresce mesmo na escassez de chuva.Não posso continuar com isso,cansada estou de tentar esquecê-lo e um segundo depois pronunciar palavras de amor perpétuo.Devo ajustar as horas,regular os ponteiros e eriçar as velas.Mesmo que o sol demore a descer do horizonte e a lua esqueça das estrelas cadentes,seguirei crendo que tudo isso será proveitoso,de alguma forma.O que arde incessantemente em minha juvenil alma é o mais tênue sentimento intraduzível em palavras.Não há o que dizer acerca disso,ou eu escolho te amar ou sepultarei para sempre essa paixão.Pode ser que ela evapore quando o vendaval arrastar todas as minhas pretensões.Mas ela também pode resistir as noites de tormento.Acenderei uma vela e talvez a pequena luz ilumine minha solidão.Sei que não posso contar com sua presença para beber esse café quentinho;mas beberei cada gota pensando como é bom estar em boa companhia.Eu e o desejoso silêncio.Esse que me acompanhará até o dia que não conseguirei mais suportar tudo isso.Pois existe um limite para tudo,e o fio discreto será despedaçado brevemente.E enquanto ele permanece intacto prosseguirei te levando aqui comigo,atado as minhas palavras.Ficarei quieta sem esperar que seu infinito silêncio se acabe.Não escreverei mais cartas com seu nome nas últimas linhas.Apenas expressarei todo meu amor para mim mesma.Aqui,nos diários solitários,ou em folhas desgastadas e soltas.Cessarei a nauseante espera de ouvir teu sussurrar ao findar da noite.Dormirei tranquila com meu amor.Aqui dentro,pulsando com todas as artérias que te respiram convulsivamente.Não ficarei mais a sua espera,estás livres,sempre esteve.Provarei o doce sabor da vida de uma apaixonada anônima.Esquecerei do seu rosto aos poucos,e lentamente se apagará da minha mente.Quem sabe você fique,de alguma maneira atado a mim,mas acho que só nos resta jogar os remos no rio e esperar a chuva cair.A água estará gelada e meu vestido se recolherá em meu pequeno corpo.Mergulharei sem esperar tua ajuda,caminharei pela borda e me secarei ao sol.Eu decide não mais te esperar.Seguirei tranquila,mas triste,pois não posso assassinar o que sinto pela sua insipiente vaidade.  
         

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