28 de abr. de 2012

Cachalote.


Ela gostava de ouvir o canto das baleias.Recitava poemas baixinho enquanto a noite se debruçava em sua janela entreaberta.Sonhava de olhos abertos e vivia colhendo um presente distante do agora.Lembrava da infância as margens de um mar bonito e cheio de mistérios.Gostava de caminhar na velha ponte e ver as fotos de baleias e peixes que ilustravam uma antiga casinha a beira mar.Seu fascínio pelo oceano era tão singelo e sereno como as calmas ondas daquela praia outrora límpida.Sempre guardando um segredo nos olhos,como o sorriso engraçado estampado na face dos Cachalotes.E recordava sorridente das páginas de uma enciclopédia submarina,que divertiu a sua infância com aquele mundo tão enigmático,o mundo das profundezas.Que abismo a fascinava mais que o fundo do mar.O inexplorado era mais atraente aos seus olhos que enfadantes bonecas siliconadas.E a cena mais desejada pelos seus olhos,era presenciar uma luta colossal entre um Cachalote e a Lula gigante.Como ela amava tudo aquilo,todo o encanto das baleias.Caminhava na praia quase todas as semanas,e sempre esperançosa por encontrar qualquer coisa rara entre a areia branquinha.Houve época que quis ser arqueóloga.Peregrinar em lugares inóspitos,silenciosos,que escondiam a vida debaixo das solas dos pés.Queria saber das histórias antigas,dos que habitariam em tempos remotos,distante da sua monotonia,perto de oásis descomunais.Uma mente criativa a mudar toda a realidade a sua volta,a criar mundos que só existiam em sua imaginação estrambólica.Corria pelo quintal em busca do inimaginável,sempre insatisfeita com o básico,queria sempre o inexplorável.Mergulhava a cabeça na bacia e imagina estar nadando em um oceano azul baleia.Sonhava em construir um Titanic em miniatura para abrigar as formiguinhas que mordiscavam seu pé e escalavam suas pernas pequeninas.Adorava criar histórias,mesmo que fosse chamada de mentirosa,imaginar era pra ela o seu passatempo mais precioso.Bom era deitar no sofá nas tardes de sábado e assistir aqueles filmes que tanto a fascinavam.Tinha aquele de furações,aquele do tubarão do Spillberg,aquele da baleia assassina,tinha o seu preferido Jurassick Parck e os Batutinhas na sessão da tarde.E virarava a noite assistindo Do fundo do mar.Nem se preocupava com paixão,as que tinha estavam bem resolvidas no mundo da imaginação.Não era preciso tanto,apenas um coração pequeno e uma mente de gigante.Que saudades da minha infância!
O título dessa postagem refere-se a minha baleia preferida,o Cachalote.Que mergulha nas profundezas em busca de alimento.E que encontrei nas páginas de uma maltrapilha enciclopédia Barsa na antiga estante do meu avô.E recordo de duas páginas cinzentas que figuravam a luta de um cachalote e uma lula gigante.Era apaixonada também por um peixe esquisito,na verdade um fóssil vivo,o Celacanto.Esse vídeo é um dos meus preferidos,é o lindo e sereno canto das baleias.É muito misterioso e ótimo para relaxar.Escute e atice sua imaginação para tentar compreender o que as gigantes do mar estão dizendo nessa bela melodia submarina.Mil beijos molhados para todos vocês!




                          

Um comentário:

Pedacinhos de mim disse...

Que memórias lindas que aqui descreveste. Gostei mesmo deste post, palavras sábias, bonitas de se ler. Um Beijo :)*