23 de jun. de 2012

Espelhos.


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Tão difícil olhar-se no espelho e encontrar beleza em cada traço.Os defeitos ficam mais expostos a cada olhadela desavisada,e não há muita satisfação na face que observa milimetricamente o seu reflexo.Seria aquele seu reflexo verdadeiro?Sua real feição dilatada em cacos de vidro?Uma lágrima amarga a contornar as rugas que adormecem serenas na derme empalidecida.Imaginei uma vida sem tantos espelhos externos,sem tantas cobranças desnecessárias,sem tanto apelo as coisas fúteis.Mas eles estão por toda parte.Espelhos ambulantes a refletir o pior de nós.Não o que há por dentro,que realmente deve ser visto.Mas o defeito estampado no rosto,as cicatrizes,as rugas,as espinhas,a magreza,a gordura.Tudo é motivo de críticas,olhares de soslaio e deboches.A insatisfação repassada a cada esquina.Estou farta de tudo isso.Quebrem-se os espelhos e que a vida venha ser sentida e não apenas aparentemente vivida.Estou cansada de rótulos e apelidos.Eu tenho um nome,e meus próprios adjetivos.Cada pessoa tem direito de ser o que é,que nenhum espelhos desconcerte a nossa face.Estou ansiosa por quebrar todas os reflexos esdrúxulos estampados nas vitrines alheias,que insistem em refletir o pior de mim.
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